CANTIGAS DE AMOR
Nas cantigas de amor o homem se refere à sua
amada como sendo uma figura idealizada, distante. O poeta fica na posição de
fiel vassalo, fica as ordens de sua senhora, dama da corte, onde esse amor é
considerado como um objeto de sonho, ou seja, impossível, que está longe.
Esta
cantiga teve origem no sul da França, apresentando um eu – lírico é masculino e
também sofredor. Nas cantigas de amor o poeta chama sua amada de senhor, pois
naquela época, todas as palavras que terminavam com “or”, em galego-português
não tinham feminino, portanto ele dizia “minha senhor”, ele cantava a dor de
amar, onde está sempre acometido da “coita”. Essa palavra (coita) é muito usada
nessas cantigas, ela significa sofrimento por amor.
Vejamos um
exemplo de cantiga de amor:
Texto I – Cantiga de amor
Essa cantiga de Afonso
Fernandes mostra algumas características de incorrespondência amorosa.
“Senhora minha, desde
que vos vi,
lutei para ocultar esta paixão
que me tomou inteiro o coração;
mas não o posso mais e decidi
que saibam todos o meu grande amor,
a tristeza que tenho, a imensa dor
que sofro desde o dia em que vos vi.”
lutei para ocultar esta paixão
que me tomou inteiro o coração;
mas não o posso mais e decidi
que saibam todos o meu grande amor,
a tristeza que tenho, a imensa dor
que sofro desde o dia em que vos vi.”
Nessa 1ª estrofe o trovador
expressa o que sente mais de uma maneira que expressa súplica, a mulher que ele
conheceu está sendo idealizada em que ele se declara a ela, ele expõe os
argumentos que justificam sua desgraça.
Texto II – Cantiga da
Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós
1- No mundo non me sei parelha,
2- Mentre me for como me vai,
3- Cá já moiro por vós, e – ai!
4- Mia senhor branca e vermelha.
5- Queredes que vos retraya
6- Quando vos eu vi em saya!
7- Mau dia me levantei,
8- Que vos enton non vi fea!
9- E, mia senhor, desdaqueldi, ai!
10- Me foi a mi mui mal,
11- E vós, filha de don Paai
12- Moniz, e bem vos semelha
13- Dhaver eu por vós guarvaia,
14- Pois eu, mia senhor, dalfaia
15- Nunca de vós houve nem hei
16- Valia dua correa.
2- Mentre me for como me vai,
3- Cá já moiro por vós, e – ai!
4- Mia senhor branca e vermelha.
5- Queredes que vos retraya
6- Quando vos eu vi em saya!
7- Mau dia me levantei,
8- Que vos enton non vi fea!
9- E, mia senhor, desdaqueldi, ai!
10- Me foi a mi mui mal,
11- E vós, filha de don Paai
12- Moniz, e bem vos semelha
13- Dhaver eu por vós guarvaia,
14- Pois eu, mia senhor, dalfaia
15- Nunca de vós houve nem hei
16- Valia dua correa.
Vocábulário
Nom me sei parelha: não
conheço ninguém igual a mim.
Mentre: enquanto.
Ca: pois.
Branca e vermelha: a cor branca da pele, contrastando com o vermelho do rosto, rosada.
Retraya: descreva, pinte, retrate.
En saya: na intimidade; sem manto.
Que: pois.
Des: desde.
Semelha: parece.
D’haver eu por vós: que eu vos cubra.
Guarvaya: manto vermelho que geralmente é usado pela nobreza.
Alfaya: presente.
Valia d’ua correa: objeto de pequeno valor.
Mentre: enquanto.
Ca: pois.
Branca e vermelha: a cor branca da pele, contrastando com o vermelho do rosto, rosada.
Retraya: descreva, pinte, retrate.
En saya: na intimidade; sem manto.
Que: pois.
Des: desde.
Semelha: parece.
D’haver eu por vós: que eu vos cubra.
Guarvaya: manto vermelho que geralmente é usado pela nobreza.
Alfaya: presente.
Valia d’ua correa: objeto de pequeno valor.
Diego Sanches - Essa relação amorosa vertical é chamada "vassalagem amorosa", pois reproduz as relações dos vassalos com os seus senhores feudais. Sua estrutura é mais sofisticada. A Cantiga da Ribeirinha é classificada como cantiga de amor.
ResponderExcluirExemplo (cantiga de Bernal de Bonaval):
A dona que eu am'e tenho por Senhor
amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for,
se non dade-me-a morte.
A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus
e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus,
se non dade-me-a morte.
Essa que Vós fezestes melhor parecer
de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,
se non dade-me-a morte.
A Deus, que me-a fizestes mais amar,
mostrade-me-a algo possa con ela falar,
se non dade-me-a morte.
So para complementar..
Os trovadores medievais eram com certeza grandes apaixonados... Como sofriam por amor! Adoravam um amor impossível, o que vale para certas pessoas até hoje! André Luiz, 3932062314.
ResponderExcluirAs cantigas de amor representavam um amor sofredor que também tinha por carácteristica um modo aristocrática e cortês. Os trovadores realmente sonhavam, mas sobre tudo, sofriam por um amor impossível. - Karina M. Morales Santana - 3923796498
ResponderExcluirRegiany Ribeiro Félix- O trovadorismo foi a escola literaria o que mais gostei de aprender nesse semestre... as cantigas trovadorescas são muito
ResponderExcluirricas... a literatura concerteza fica mais bela, quanto amor, quanto
sofrimento, quanta criatividade para escrever as cantigas, e a cantiga de amigo que o eu-lirico é feminino,mas é escrito por um homem. A beleza e a diferença
entre as cantigas de Escarnio e Maldizer. O trovadorismo foi o
movimento literario surgido na epoca medieval... o trabalho esta muito bom... explicou detalhamente.
Rubens Lemes - O sentimento oriundo da submissão entre o servo e o senhor feudal transformou-se no que chamamos de vassalagem amorosa, preconizando, assim, um amor cortês. O amante vive sempre em estado de sofrimento, também chamado de coita, visto que não é correspondido.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir