quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Classicismo

      Classicismo




 A era clássica.
Na era clássica, que vai do século XVI ao XVIII, Portugal estava dividida, de um lado ainda tinha “rastros” da era medieval, e de outro um país renovado por causa das grandes navegações.
Através das novas descobertas, que contribuiram na área de matemática, astronomia e da medicina. Foi introduzida a escola literária do Classicismo em Portugal.
O primeiro período clássico transcorreu com o Renascimento, movimento que além das obras literárias, também continham todos os tipos de artes. Neste período o poeta Dante Alighieri (1265-1321), autor da Divina Comédia, introduziu o verso decassílabo, também chamado de “medida nova”. O poeta Francesco Petrarca (1304-1374) influenciou vários poetas europeus, dentre esses o inglês William Shakespeare e os portugueses Luís Vaz de Camões e Sá de Miranda. Isso porque Francesco criou o soneto.

 Reformas no reinado de D. JOÃOIII.
Durante o período que D.JOÃOIII reinou, isto é, de 1521 a 1557, aconteceu várias reformas. Drente essas está a adptação da Universidade de Coimbra, absorvendo o Renascimento italiano (volta de Sá de Miranda da Itália). Tmabém teve a fundação do Colégio das artes, em Coimbra, em que começaram a oferecer cursos de latim, do grego, do hebraico e de filosofia.
Vários foram os fatores que levaram a tais transformações, dentre eles a crise religiosa (era a época da Reforma Protestante, liderada por Lutero), as grandes navegações (onde o homem foi além dos limites da sua terra) e a invenção da Imprensa  que contribuiu muito para a divulgação das obras de vários autores gregos e latinos (cultura clássica) proporcionando mais conhecimento para todos.

Características do Classicismo.
·         Racionalismo.
A razão predomina. Isso não significa que os artistas deixassem de confessar seus sentimentos e emoções, mas essa confissão era controlada pela razão.
·         Universalismo.
O predomínio da razão levam os artistas a se preocuparem com fatos e ideias relacionadas a verdades.
·         Perfeição formal.
Como já foi citado, foi introduzida a nova medida (versos decassílabos) que convivia com a medida velha.
·         Presença da mitologia.
Como ocorreu um cultivo dos valores greco-latinos, os poetas buscavam a inpiração da mitologia. Pode-se notar a presença de pastores, deuses, deusas e ninfas nas obras.
·         Introdução do soneto.
Também chamado de “o doce estilo novo”. Como já foi feito observação anteriormente o soneto foi criado por Francesco Petrarca (1304-1374), sendo composto por dois quartetos e dois tercetos.
·         Introdução da oitava rima (estrofe de oito versos comas rimas ABABABCC).

  Principais autores do Classicismo.
Antônio Ferreira (1528-1569).
Sá de Miranda (1481-1558).
Bernardim Ribeiro (1482-1552).
Luís Vaz de Camões (1525-1580), o autor que mais se destacou nesta escola literária e um dos maiores autores da literatura portuguesa.

 Luís Vaz de Camões.

Camões é considerado um dos maiores poetas portugueses. Pouco se sabe a seu respeito, por isso existem hipóteses sobre sua vida. Acredita-se que ele nasceu em lisboa, que recebeu uma educação nos moldes clássicos e que estudou na Universidade de Coimbra. Teve vários relacionamentos e por conta de um amor frustado, foi para África, alistado como militar, onde perdeu um olho em batalha. Depois de sua volta, foi preso inúmeras vezes, combateu ao lado das forças portuguesas e provávelmente escreveu a sua obra mais famosa neste período, Os Lusíadas.
A produção de Camões divide-se em très gêneros: o lírico, o épico e o teatral.
Camões no final de sua vida tinha dificuldade em se manter. A participação na corte e a pensão que recebia de D.JOÃOIII, não era suficiente, terminou na miséria.

Trecho de Os Lusíadas.

Luís Vaz de Camões
As armas e os barões assinalados

 As armas e os barões assinalados 
Que, da Ocidental praia Lusitana, 
Por mares nunca de antes navegados 
Passaram ainda além da Taprobana 
E em perigos e guerras esforçados 
Mais do que prometia a força humana, 
E entre gente remota edificaram 
Novo Reino, que tanto sublimaram; 
  
E também as memórias gloriosas 
Daqueles Reis que foram dilatando 
A Fé, o Império, e as terras viciosas 
De África e de Ásia andaram devastando, 
E aqueles que por obras valerosas 
Se vão da lei da Morte libertando: 
Cantando espalharei por toda parte, 
Se a tanto me ajudar o engenho e arte. 
  
Cessem do sábio Grego e do Troiano 
As navegações grandes que fizeram; 
Cale-se de Alexandro e de Trajano 
A fama das vitórias que tiveram; 
Que eu canto o peito ilustre Lusitano, 
A quem Neptuno e Marte obedeceram. 
Cesse tudo o que a Musa antiga canta, 
Que outro valor mais alto se alevanta.
...

 Análise do trecho de Os Lusíadas.
Através da leitura realizada deste trecho de Os Lusíadas podemos perceber a grandiosidade da obra, por isso é considerada a mais importante epopeia em língua portuguesa.
Os Lusíadas além dessas três estrofes são compostos por dez cantos, divididos em 1.102 estrofes regulares de oito versos cada uma, totalizando 8.816 versos. Os versos com podemos notar são decassílabos, com esquema de rimas ABABABCC. Dentre outras características do Classicismo também têm a mitologia, o uso da racionalidade.
Os versos apresentam uma organização e está se faz da seguinte maneira:
Proposição do assunto (canto 1 a 3);
Invocação às Tágides, musas do rio Tejo (canto 1, estrofes 4 e 5);
Dedicatória a D.Sebastião (canto1, estrofes 6 a 18);
Narração da viagem de Vasco da Gama (estrofes 19 do canto 1 a 1045 do canto 10);
Epílogo, contendo um fecho dramático a respeito da cobiça e o episódio da ilha dos amores (estrofes 1046 a 1102).
Após essas observações podemos concluir quão grande é a obra de Camões, como Os Lusíadas representa a perfeição formal.

Análise do poema “Alma minha gentil, que te partiste”.

Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta sida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cd me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou
                        Luís de Camões.

Primeirante notamos a utilização do soneto. E quando começamos a realizar a leitura comecamos a perceber que mesmo com a dor de perder sua amada, ele não demonstra o sofrimento exagerado que os românticos passam, mas sim a emoção limitada pela razão.

 Francisco Sá de Miranda.

Sá de Miranda nasceu em Coimbra, quando o rei D.JoãoII deixou o trono. Da mesma maneira que pouco se sabe de Camões (sua vida), sobre Sá de Miranda também se sabe pouco de sua infância, ou melhor, são hipóteses.
Estudou Gramática, Retórica e Humanidades na Escola de Santa Cruz. Frequentou depois a Universidade, ao tempo estabelecida em Lisboa, onde fez o curso de Leis alcançando o grau de doutor em Direito.
Durante sua vida conheceu Bernadim Ribeiro (1482-1552) como já foi falado anteriormente um poeta também, no qual teve como seu grande amigo.
Sá de Miranda que introduziu a “nova medida”, todavia suas obras não foram tão reconhecidas como as de Camões.

 Análise de dois poemas de Sá de Miranda.
COMIGO ME DESAVIM

Comigo me desavim,
Sou posto em todo perigo;
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.

Com dor, da gente fugia,
Antes que esta assim crescesse:
Agora já fugiria
De mim, se de mim pudesse.

Que meio espero ou que fim
Do vão trabalho que sigo,
Pois que trago a mim comigo
Tamanho imigo de mim?

O SOL É GRANDE

O sol é grande: caem co'a calma as aves,
Do tempo em tal sazão, que sói ser fria.
Esta água que de alto cai acordar-me-ia,
Do sono não, mas de cuidados graves.

Ó cousas todas vãs, todas mudaves,
Qual é tal coração que em vós confia?
Passam os tempos, vai dia trás dia,
Incertos muito mais que ao vento as naves.

Eu vira já aqui sombras, vira flores,
Vi tantas águas, vi tanta verdura,
As aves todas cantavam de amores.

Tudo é seco e mudo; e, de mistura,
Também mudando-me eu fiz doutras cores.
E tudo o mais renova: isto é sem cura!

Diante dos dois poemas podemos notar que Sá de Miranda utliza de paralelismo "Não posso viver comigo / Nem posso fugir de mim". Também é importante recordar que ao mesmo tempo em que a “medida nova” era implantada a “medida velha” ainda era utilizada, podemos observar nesta análise que  o primeiro poema foi escrita com a “medida velha” e o segundo poema com versos decassílabos e também que neste consta mais a racionalidade.
 Referêcias

CAMPEDELLII,Samira Youssef. SOUZA, Jésus Barbosa. Literaturas brasileira e portuguesa. 2ed. São Paulo. Saraiva. 2009.

WWW.algumapoesia.com.br/poesia/poesianet065.htm

Acadêmicos:
      
Acadêmicos:
David de Oliveira  Souza
Leandro da Costa 
Sidneia Miato 
Tainali Alves 
Patrícia Lopes  

Um comentário:

  1. O Classicismo é uma escola literária que retoma a cultura greco-latina, além de ser universal e não subjetivista. O grande escritor que se destaca nesta época é Camões. Boa análise dos meus caros colegas! André Luiz, 3932062314.

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