Se Gil Vicente fosse nosso contemporâneo, quais
seriam os tipos sociais que poderiam aparecer em sua peça?
O Auto da Barca do Inferno foi escrito por Gil
Vicente, nesta obra, duas personagens
antagônicas, recebem para viagens com destinos diferentes, passageiros
distintos. Os destinos são o Céu e o Inferno e a viagem, é a recompensa pela
vida terrena de cada uma das personagens. Os vícios comuns da sociedade são mostrados
de forma direta pelo autor, sem, no entanto, amenizar o tom irônico e
humorístico do conjunto da obra. Deste modo, temos as seguintes personagens
analisadas aqui, todas almejando o Céu por não carregarem culpa por seus atos
quando em vida, entretanto, poucos embarcarão rumo ao paraíso. Colocados no
auto foram as classes sociais de sua época, agora se tivesse sido escrito no
século xxI, Seria mais ou menos assim:
O Fidalgo necessariamente seria substituído por um político ou um grande empresário,
que geralmente agem de forma tirânica, oprimindo os mais fracos, alem de ter
voz ativa e ser argumentador.
Já o Onzeneiro poderia ser
representado pelos Banqueiros e financeiras da atualidade, porque assim como o
primeiro, eles cobram juros altíssimos, enriquecem com ganância e com usura.
O Parvo com sua ingenuidade e
humildade é difícil de encontrar, no entanto poderia ser representado como um
homem do campo humilde de classe baixa, ou por aqueles que não têm muita
instrução e foram abandonados, sendo facilmente enganados, como por exemplo,
crianças e idosos carentes, pois normalmente possuem um bom coração.
Do tipo Sapateiro tem com abundância,
a maioria dos comerciantes do mundo contemporâneo, possuem atitudes exploradoras,
com cargas horárias injustas, salários reduzidos e normas que só beneficiam
eles mesmos.
O Frade também tem sido comum, são os
falsos padres e pastores, os quais impõem julgo pesado para discípulos, mas não
conseguem colocar em prática nem sequer conceitos básicos, cometendo pedofilia,
adultério, roubo e muitas outras atitudes incompatíveis com sacerdotes.
A Alcoviteira poderia ser
representada por diversas pessoas que vendem crianças para prostituição ou até
mesmo as próprias prostitutas.
O Judeu, na época de Gil Vicente,
representava rejeição à fé cristã. Atualmente, existem pessoas que não
professam fé alguma (Ateus) e, além disso, critica aqueles que professam.
O corregedor e procurador poderiam aparecer na
peça como advogado ou juiz, pois na maioria das vezes manipulam a justiça em
beneficio próprio.
Por fim, os quatro cavaleiros poderiam
ser representados por verdadeiros missionários cristãos que dão suas vidas para
propagar a palavra de Deus por todo o mundo.
O que Gil Vicente escreveu na Idade Média nos serve até hoje! Que interessante! André Luiz, 3932062314.
ResponderExcluirMuitos personagens que Gil Vicente usava me lembram de muitas pessoas na nossa sociedade. Eu acho interessante como uma obra tão antiga tem uma grande relevância nos dias de hoje. - Karina M. Morales Santana 3923796498
ResponderExcluirDiego Sanches - A obra vicentina é tida como reflexo da mudança dos tempos e da passagem da Idade Média para o Renascimento, fazendo-se o balanço de uma época onde as hierarquias e a ordem social eram regidas por regras inflexíveis, para uma nova sociedade onde se começa a subverter a ordem instituída, ao questioná-la. Foi, o principal representante da literatura renascentista portuguesa, anterior a Camões, incorporando elementos populares na sua escrita que influenciou, por sua vez, a cultura popular portuguesa.
ResponderExcluirMesmo sendo uma obra antiga, ainda vemos reflexos de pessoas que possuem o mesmo comportamento que a seculos atrás, isso é prova de que nem tudo evolui, infelizmente ainda vivemos em uma sociedade onde ainda existem pessoas que rejeitam a cristo,ainda há tirânios,que oprimem os mais fracos, os falsos padres e pastores pessoas essas que deveriam se dar ao respeito e honrar os votos e seguir os mandamentos de Deus. A linguagem e os termos usados , as rotulações de pessoas podem ser diferentes do seculo atual em que vivemos porém . O carater e comportamentos apresentados nessa obra ainda são mais que evidentes no nosso dia a dia, infelizmente nem tudo se renova se edifica com o tempo.
ResponderExcluirRubens Lemes - O enorme sucesso das obras dramáticas de Gil Vicente vem da sua extraordinária vivacidade mimética e do talento para criar aquilo que é especificamente dramático: situações e personagens. O que não se encontra em Gil Vicente é o conflito íntimo, o drama interior de quem se encontra dividido, tendo de escolher entre dois extremos, pois na obra vicentina não há caracteres individuais.
ResponderExcluirFicou lindo nosso trabalho, Gil vicente grande mestre, gênio.Cíntia furtado
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